terça-feira, 26 de maio de 2009

O EVANGELICALISMO MODERNO E O DESPREZO PELAS ESCRITURAS

Por Rev. Flávio Cosme Martins
Vivemos dias de profundo desprezo pela Bíblia. Mesmo que haja por parte de alguns pastores certo interesse pela leitura dEla, ainda assim as orientações são para uma leitura superficial ou supersticiosa. Não é preciso recorrer às entidades de pesquisa para perceber que os cristãos lêem menos as Escrituras hoje em dia. As justificativas são as mais variadas, desde a falta de tempo ao esculachado descaso por Ela. Há uma crise grave de falta de credibilidade àquilo que Deus disse em Sua Palavra. Dá-se mais credibilidade ao que homens falhos pregam do que às Palavras do Todo-Poderoso. Em nossos púlpitos há uma clara psicologização na interpretação das Escrituras com o objetivo de levar os ouvintes a um curto período de emoção. Sem falar no alegorismo veementemente combatido pelos reformadores. Em muitos cultos quase já não se lê mais a Bíblia. A tônica está nos cânticos, danças, testemunhos, curas, orações de poder, exorcismos, etc. O público incauto acorre cegamente para esse tipo de ajuntamento em busca de diversão espiritual, mero oba-oba. Os sermões, se é que pode chamar aquilo de sermão, não passam de fracas elucubrações humanas sem nenhum conteúdo bíblico, desprovido de poder do alto, apenas servindo para entreter um público cada vez mais morto espiritualmente. Quem vai ali em busca de salvação não encontra mais do que passatempo. A Palavra de Deus foi escanteada, suprimida, abafada! Nunca se leu tão pouco a Bíblia. A situação se assemelha à Idade Média, estamos vivendo uma nova “era das trevas”. A cegueira espiritual dos nossos dias é nítida. Pastores e igrejas em suas práticas simplesmente desencorajam suas ovelhas em ler a Bíblia. Na verdade, há um certo interesse na ignorância. A falta de informação é a melhor forma de enganar e escravizar. O pior cego espiritual é aquele que procura enxergar através de “visões espirituais”, que em sua totalidade são visões espúrias, falsas revelações de falsos crentes. Onde iremos parar, só Deus sabe! Mas certamente podemos concluir, por lógica, que a igreja está à bancarrota – pelo menos em seu aspecto humano. E é aí que mora o perigo! Quando escolhemos não ler as Escrituras Sagradas abrimos as portas para as idéias e práticas humanas e diabólicas. A igreja se mundaniza, torna-se pagã e Deus se afasta dela. Tornamo-nos rebeldes, o Espírito Santo se entristece e se retira. Nossas orações não serão ouvidas, nossos ouvidos tapados para ouvir a voz de Deus, Ele também se retirou! É isso o que acontece quando negligenciamos a reflexão à Palavra de Deus. Precisamos voltar a um princípio fundamental da Reforma do século XVI: Sola scriptura. Somente a Bíblia deve reverberar em nossas almas como Palavra Divina e suficiente para nossa salvação e santificação. Os líderes precisam urgentemente fazerem uma alto-análise, incluindo seus ministérios, reconhecerem seus pecados de negligencia e voltarem o mais de pressa à exposição fiel da Palavra de Deus.

2 comentários:

Anônimo disse...

Houve um gradativo abandono dos grandes credos e confissões do passado que moldaram a fé histórica da Igreja com sua interpretação das Escrituras. Não basta dizer que não há erros na Bíblia. Pelagianos, socinianos, unitários, neopentecostais – todos afirmarão o mesmo. A questão é como se interpreta essa Bíblia inerrante. Ao menosprezar séculos de tradição interpretativa e teológica, os evangélicos se viram vulneráveis a toda novidade interpretativa, como a teologia relacional, a teologia da prosperidade, a nova perspectiva sobre Paulo etc. A orientação teológica evangélica sofreu uma sutil mutação: de agostiniana e reformada, passou a se caracterizar por uma tendência predominantemente arminiana. Tal mudança acarretou várias conseqüências: a penetração no meio evangélico de sistemas como a teologia relacional, que é filhote do arminianismo; a invasão da espiritualidade mística centrada na experiência, fruto do reavivalismo pelagiano de Charles Finney; a depreciação da doutrina em favor do pragmatismo e o antropocentrismo no culto, na igreja e na missão, produtos da orientação arminiana, centrada no homem. Mas talvez a pior dessas conseqüências tenha sido a perda da cosmovisão reformada, que serve de base para um olhar abrangente sobre a cultura, a ciência e a sociedade a partir da soberania de Deus sobre todas as áreas da vida.

Presbítero Aislan disse...

É impossivel ser um cristão e não ser um amante da palavra, quando deixamos a palavra de lado, estamos deixando o próprio Deus de lado, por isso é mais que necessário a leitura e a reflexão da palavra, ali é o próprio Deus falando conosco, ela é viva e eficaz(Hb 3;12), é útil para o ensino, repreensão, correção e para a educação na justiça ( 2Tm 3;16), todo crente deve ter prazer na palavra de Deus e meditar de dia e noite ( Sl 1;2) e deve estar cheio dessa palavra para que possa falar dele como Deus ordenou a Josué em Js 1:8 " Não cesses de falar desse livro da Lei, antes medita nele, dia e noite, para que tenhas cuidado em fazer tudo quanto nele está escrito, e faras properar o teu caminhos e serás bem sucedido"

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