sexta-feira, 3 de abril de 2009

Seja Sábio

Por Pr. Alejandro Bullón
Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus
caminhos e sê sabio.
(Provérbios 6:6)
A formiga é usada por escritores sacros e seculares como exemplo de laboriosidade e previsão. Ela trabalha arduamente no verão para sobreviver nos tempos difíceis do inverno.
O sábio Salomão faz um convite para observar a vida desses pequenos insetos como um exemplo de persistência, coragem e diligência. Observar talvez seja uma das grandes virtudes da sabedoria. Passamos pela vida como loucos, correndo, agitados, sem tempo para observar o nascer do sol, o resplendor da lua ou até o simples gesto do cachorro que abana a cauda quando retornamos para casa. Essa falta de observação, faz de nós pessoas insensíveis e vazias. Meros robôs, que realizam um trabalho eficiente mas não desfrutam a vida.Com a formiga, aprendemos que a vida é luta e que, para sair vitoriosos, é preciso laboriosidade, ordem e provisão. As formigas não esperam “grandes projetos” para iniciar o dia trabalhando. Elas começam com o que têm à mão. Cumprem o dia-a-dia, não se detêm; simplesmente avançam. São muitas, e a soma de muitos pequenos trabalhos resulta num projeto fabuloso. Se você observar com lupa um ninho de formigas, verá a obra extraordinária de engenharia que elas desenvolvem e que seres humanos não conseguiriam realizar.Tem mais. As formigas trabalham como um exército. Há ordem e disciplina. Não existem grandes realizações sem ordem. O preguiçoso não gosta de trabalhar, nem de observar a ordem. O resultado é fome, miséria e fracasso. De todas as lições que a formiga ensina, a que mais me impressiona é a previsão. A formiga não consome tudo que encontra. Guarda, poupa, armazena. Para fazer isso, não passa fome nem desatende às necessidades da família. Isso seria avareza. Instintivamente, ela sabe que o inverno virá e não haverá condições de trabalhar; portanto, faz previsão. E quando as inclemências do frio chegam, enquanto outros animais passam fome, ela está protegida, alimentada e segura em seu ninho. O que você pode aprender com a formiga? Quanto falta para o inverno da sua vida? " Vai ter com a formiga..., considera os seus caminhos e sê sábio. "

quarta-feira, 1 de abril de 2009

UM DIA QUE BRILHA PARA SEMPRE

por Paulo Roberto Barbosa

"Mas a vereda dos justos é como a
luz da aurora que vai brilhando
mais e mais até ser dia perfeito"
(Provérbios 4:18).


Um velho sábio perguntou a seus jovens discípulos: "Quando termina a
noite e começa o dia?" Um deles respondeu: "Quando alguém pode ver a
diferença entre uma ovelha e um tigre?" "Não". Outro arriscou:
"Quando alguém pode ver a diferença entre uma árvore e um homem?"
"Não". "Então nos diga, sábio". Ele respondeu: "A noite termina e o
dia começa quando você pode ver Deus no rosto de um irmão e uma
irmã".

O que temos visto ao nosso redor? O que tem marcado
significativamente os nossos dias? Que experiências temos tirado dos
acontecimentos que temos presenciado? Temos vislumbrado mais a noite
ou o dia?

Quando o nosso coração está vazio de Deus e a vida espiritual tem
sido relegada a um plano inferior, facilmente somos induzidos a
perceber o lado negativo de todas as coisas. O vizinho é antipático,
a moça do caixa do supermercado nos trata com indiferença, os colegas
do trabalho não nos dão atenção, tudo é aborrecido e desagradável. Os
nossos olhos são incapazes de enxergar qualquer coisa boa. A vida não
passa de uma noite escura e interminável.

Quando abrimos o nosso coração para o Salvador Jesus Cristo e
pedimos a Ele que nos guie pelas sendas do amor e da felicidade, todo
o cenário se torna diferente. As cores são mais vivas e encantadoras.
Os jardins são sempre floridos e perfumados, a alegria parece estar
de pé para nos abraçar em cada esquina do caminho. Aquele vizinho se
mostra agora gentil e amigo. A atendente do supermercado é solícita e
sorridente. Os companheiros do trabalho não poderiam ser mais
atenciosos. O vento que entra pela janela traz consigo uma melodia
que nos induz a cantar e dançar. Tudo que vemos é bonito e nos enche
de vontade de viver. Nossos dias são ensolarados e não conseguimos
imaginar se a noite um dia voltará.

Quando Deus está em nós, as bênçãos do Senhor
transformam as trevas

em dias brilhantes e cheios de prazer.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Os ladrões de qualidade

Uma nova pesquisa mediu pela primeira
vez o impacto da corrupção sobre o
desempenho dos alunos. Quanto mais
se rouba, mais as notas caem.
Por Camila Pereira
Muito se fala no Brasil sobre a escassez de dinheiro para a educação. A ela se tem atribuído, ao longo de décadas, boa parte do fracasso brasileiro na sala de aula. No entanto, esse está longe de ser o principal obstáculo à melhoria do ensino no país. Quando se trata de dinheiro, o que realmente pesa contra a qualidade das escolas é a maneira como ele é aplicado – muito mal. Pela primeira vez, isso foi devidamente mensurado numa pesquisa, conduzida por um grupo de economistas da PUC do Rio de Janeiro e da Universidade da Califórnia. A conclusão é que poucos fatores prejudicam tanto o aprendizado no Brasil quanto o desvio e o mau uso dos recursos reservados às escolas. Resume Claudio Ferraz, um dos autores do estudo: "A ocorrência de casos de corrupção reduz significativamente as notas das crianças". O atraso, revelado em provas oficiais, equivale a meio ano escolar. O estudo tomou como base as auditorias feitas pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 370 municípios. O objetivo da inspeção é fiscalizar a execução das verbas repassadas pelo governo federal às prefeituras, o que, na educação, representa cerca de metade do que os municípios têm para investir. Os pesquisadores encontraram ali de tudo um pouco: merendas compradas e não servidas, licitações fraudulentas, aluguel de ônibus que jamais transportaram um único aluno, para citar alguns dos problemas mais frequentes. O que explica a relação de causa e efeito entre corrupção e mau ensino, antes de tudo, é algo previsível. Nos municípios onde os desvios são mais volumosos, de acordo com os relatórios da CGU, falta o básico. Leia-se: lanche na hora do recreio, biblioteca e treinamento para os professores – este último, o mais prejudicial de todos ao ensino, segundo revela a pesquisa. Outra razão para a queda das notas num ambiente onde grassa a corrupção diz respeito a um fator menos visível, mas igualmente nocivo. Nos lugares em que ela é mais percebida pelas pessoas, encara-se a educação com menos seriedade. "A falta de comprometimento das autoridades serve de mau exemplo para professores, diretores, pais e até alunos", diz o especialista Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais. Os resultados aparecem no boletim – e em histórias como a de Moju, a 100 quilômetros de Belém. Das cidades fiscalizadas pela CGU entre 2001 e 2004, incluídas no estudo, Moju é uma das que figuram com o maior número de irregularidades no uso do dinheiro da educação. Também apresenta alguns dos piores resultados do país em sala de aula, o que não é difícil de entender. Basta fazer uma visita à escola municipal Maria da Conceição Trindade de Souza, onde não há biblioteca, as crianças praticam esportes numa quadra com piso de cimento quebrado e as goteiras, em dia de chuva, molham os alunos durante as aulas. A necessária reforma deveria ter acontecido em 2004, mas a prefeitura não realizou o planejado. Mesmo assim, a CGU encontrou notas fiscais relativas a obras que jamais saíram do papel. Diz a vice-diretora Raimunda Rodrigues, 48 anos, que já estava lá nesse tempo: "Não sei onde foi parar o dinheiro – só sei quanto isso atrapalha a escola". Não é a única no município com a estrutura maltratada por falta de verbas que deveriam ter sido aplicadas em reforma. Casos de desvio de dinheiro da educação são comuns no Brasil. Junto com a saúde, essa é a área em que mais se acumulam fraudes e improbidades nos relatórios da CGU. A maior incidência de irregularidades na educação se explica, em parte, pelo grande volume de verbas repassadas do governo federal aos municípios – 15,5 bilhões de reais apenas em 2008. Esse montante só é inferior ao destinado à saúde. Soma-se a isso o fato de que os desvios na educação têm consequências menos óbvias, como, por exemplo, o atraso escolar. São mais difíceis, portanto, de fiscalizar. Um recente estudo da Unesco, que investigou cinquenta países, constatou a existência de duas medidas, testadas com sucesso, para baixar os níveis desse tipo de corrupção. A primeira delas é criar um sistema em que as informações sobre o orçamento fiquem disponíveis para consulta, de modo que qualquer um possa vigiar sua execução. A outra é capacitar secretários, técnicos e diretores de escola para que aprendam a fazer melhor uso do dinheiro. A experiência internacional mostra que somente essas medidas não resolvem o problema, mas certamente ajudam. O Brasil, é verdade, melhorou nas duas frentes. Resta ainda, no entanto, um longo caminho a percorrer. A nova pesquisa indica que, sem isso, será mais difícil avançar na educação.